Passa a denominar-se Av. Conselheiro Daniel Pereira Vallado a Av. IV em Camboinhas.

 

 

Art. 1º - Passa a denominar-se AV. CONSELHEIRO DANIEL PEREIRA VALLADO  à Avenida IV, no Bairro de Camboínhas, Região Oceânica de Niterói, como homenagem aos relevantes serviços que o ilustre homem público prestou  a Niterói e ao seu povo.

 

Art. 2º - Esta  Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

 

Sala das Sessões, 08 de outubro de 2003

 

 

 

JOSÉ VICENTE FILHO

VEREADOR

 

 

JUSTIFICATIVA :

 

Carioca de Santa Tereza, o filho de Nestor Pereira Vallado e Deolinda do Carmo Pacheco Coelho Vallado, nascido em 8 de maio de 1913, chegou a Niterói, para ficar, em 1924.

            Daniel Pereira Vallado ingressou na Companhia Comércio e Navegação, em 1936. Ocupou, um a um, todos os cargos de administração da empresa, exercendo-os com um profundo senso humanitário. Começava a nascer ali um importante líder político.

            A redemocratização do país em 1945 levou Daniel Pereira Vallado para o Partido Social Progressista. Pelo PSP disputou mandato de Deputado Estadual e obteve uma suplência.

            Chegou a exercer o cargo de Secretário do PSP, mas em 1950, atendendo a um convite do Deputado Federal Saturnino Braga, pai do atual senador pelo PT, filiou-se ao Partido Social Democrático e se candidatou à Câmara Municipal de Niterói, ficando na primeira suplência do PSD.

            Divergências internas levaram Daniel Vallado a deixar o PSD e a ingressar no Partido Republicano. Corria o ano de 1953. Eleito Presidente do Diretório do PR de Niterói, um ano depois conquistou o mandato de Vereador à Câmara da cidade. Foi reeleito em 1958. Em ambas as eleições foi o candidato mais votado.

 A carreira de Daniel Vallado foi pontilhada pelo exercício de cargos importantes, aos quais se alçou  sempre pelo mérito de uma atuação exemplar. Entre 1954 e 1958 ocupou os cargos de 1º e 2º Secretário e Presidente das Comissões de Finanças, Justiça e Redação Final. 

          Foi líder de Governo durante a gestão do Prefeito Alberto Rodrigues Fortes. Em 1957 e 1958 exerceu a Vice-Presidência da Mesa Diretora do Poder Legislativo, elegendo-se Presidente para um mandato que se estendeu de 23 de julho de 1960 a 3 de março de 1961.

             Na Presidência da Câmara, Daniel Vallado criou a Biblioteca Pública do Legislativo. Efetivou a introdução da Seção de Contabilidade, colocando em vigor lei já aprovada. Concedeu também benefícios aos funcionários ao promover a primeira grande reestruturação geral de pessoal após a queda da ditadura em 1945.

            Coube a Daniel Vallado, o “Voto de Minerva” na sessão que decidiu pelo “impeachment” do Prefeito Wilson de Oliveira. Dalmo Oberlander assume o comando do Executivo niteroiense e Vallado, mais uma vez, é chamado para liderar o Governo Municipal. Em 1961, como reconhecimento aos serviços prestados à comunidade, é considerado “Vereador do Ano” por um seleto júri de jornalistas.

            Foi Presidente do Tribunal de Contas do antigo Estado do Rio de Janeiro e Vice-Presidente em outras três oportunidades. O regime de exceção instaurado no país em 1964 fez com que abandonasse as atividades públicas. Em 1972, já doente, retomou a carreira política, a pedido de amigos. 

             Um dos amigos ao qual não conseguiu negar o pedido da volta era o  Deputado Federal Brígido Tinoco,  Ministro da Educação no curto Governo de Jânio Quadros. O encontro decisivo com Brígido se deu na casa de seu filho Daniel. Disputou, mais uma vez, o mandato de Vereador por Niterói, obteve 1397 votos e conquistou uma das suplências do MDB.

            Daniel Vallado recebeu o título de Cidadão Niteroiense em 22 de novembro de 1976. Uma justa concessão da Câmara Municipal que o teve como um de seus mais atuantes representantes. Faleceu em 25 de junho de 1977, deixando viúva Maura de Azevedo de Guimarães Backer Vallado, os filhos Oriel (Professor Universitário) e Daniel (Economista e Professor Universitário), os netos Alessandro Augusto (Advogado da Procuradoria da República) e Carlos Frederico Baker (Oficial do Exército Brasileiro) e um currículo invejável.

            O bairro de Camboinhas, pela história de uma vida feita de credibilidade e amor à causa da democracia representativa, que pôde ser exposta no curso da justificativa desse projeto de lei, terá muito de se orgulhar, com a perpetuação na Avenida IV, do nome de Daniel Vallado. Quanto a mim fica o orgulho de ter apresentado, para fazer justiça a um homem de inegável valor, o presente projeto de lei.

 

 

 

José Vicente Filho

Vereador